No Brasil, conforme o IPEA, 60% das cidades ainda não possuem aterros sanitários e 90% da coleta coletiva é realizada por catadores de resíduos. O crescimento do volume de resíduos sólidos urbanos, consequência do modelo de desenvolvimento vigente, do consumismo e dos avanços tecnológicos, tem agravado direta ou indiretamente os problemas ambientais e sociais, especialmente nos países em desenvolvimento, sendo as condições de trabalho dos catadores de resíduos a face mais cruel desse cenário. Não obstante o trabalho do catador de resíduos ser uma forma de trabalho verde, essencial para a proteção do meio-ambiente, o trabalho é exercido em condições inaceitáveis. É penoso, perigoso, insalubre, alvo de preconceitos e danoso à autoestima do trabalhador.
A precariedade e a vulnerabilidade do trabalho dos catadores, entretanto, não é uma decorrência natural do tipo de atividade exercida, mas resultado da ausência de legislação e políticas públicas, além da falha imposição da lei no campo trabalhista e ambiental.
Nesse contexto, o Núcleo de Estudos de Direito do Trabalho e Seguridade Social (NEDTS) da Universidade de Fortaleza desenvolve quatro projetos de pesquisa examinando a relação entre o Direito e as condições de vida e trabalho dos catadores de resíduos sólidos no Brasil.